terça-feira, 27 de maio de 2008

PCV rinde homenaje a Manuel Marulanda



Caracas, 27 Mai (Lusa) -- O secretário-geral do Partido Comunista da Venezuela (PCV), Óscar Figuera, defendeu na segunda-feira, em Caracas, a existência de uma "aliança estratégica" entre aquele partido político e a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.

"O PCV e as FARC somos aliados estratégicos na luta contra o imperialismo", disse aquele responsável, numa entrevista ao canal privado televisivo de notícias Globovisión.

Por outro lado, sublinhou que há uma "coincidência de propósitos políticos" entre aquele grupo guerrilheiro e o projecto liderado pelo Presidente Hugo Chávez, para implementar, no país, um regime de "socialismo do século XXI".

"O que não há é um plano, em que nos ponhamos de acordo, que vocês fazem isto e nós aquilo", disse.

Segundo Óscar Figuera, para os comunistas venezuelanos, as FARC não são um grupo terrorista mas sim "um movimento político, militar e ideológico" que "não consta" sejam responsáveis pelos atentados que lhe são atribuidos, ocorridos em território colombiano e inclusivamente no sul do Estado venezuelano de Apure.

Por outro lado, salientou que os militantes do PCV "não condenam a forma de luta armada, porque é parte das formas de luta frente a um Estado (colombiano) que fecha as vias democráticas".

Óscar Figuera pediu um aplauso para o número 1 das FARC, Manuel Marulanda (Tirofijo), falecido a 26 de Março, vítima de um problema cardíaco, mas cuja confirmação da morte só foi conhecida publicamente no último fim-de-semana.

Denunciou que os EUA e o Governo da Colômbia avançam com "um plano para criar uma matriz (de opinião) e dizer que o Governo venezuelano tem vínculos terroristas", com base em elementos "montados" em alegados arquivos encontrados no computador de Raul Reyes (o número dois das FARC), assassinado a 1 de Março pelo exército colombiano, durante uma incursão no Equador.

O Partido Comunista da Venezuela conseguiu, nas eleições presidenciais de Dezembro de 2006, 340.000 dos 7,2 milhões de votos que obteve o Presidente Hugo Chávez.

Promoveu, na segunda-feira, um minuto de aplausos, como homenagem post-mortem a Manuel Marulanda.

Nesse mesmo dia, o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, sublinhou, durante uma conferência de imprensa, que as relações que o Governo de Hugo Chávez manteve com as FARC ocorreram a pedido da Colômbia, como facilitador de um intercâmbio humanitário para trocar guerrilheiros detidos por reféns.

FPG

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